terça-feira, 1 de dezembro de 2009

A escolha do profissional

Com o terreno comprado, se você ainda não tem o profissional responsável pelo projeto, é hora de contratá-lo. Converse com amigos que já passaram por esta experiência e peça indicações de bons profissionais.
Para o projeto completo você irá precisar de um arquiteto, um engenheiro estrutural, um engenheiro de instalações elétricas e hidráulicas e um paisagista.
O arquiteto será responsável pelo contato mais direto com os futuros moradores, em um relacionamento de muita conversa para entender com clareza os anseios do cliente e interpretar suas necessidades e desejos em boas idéias e soluções inteligentes.
O engenheiro estrutural cuidará do dimensionamento da fundação e da estrutura de sua casa. Seu bom desempenho é muito importante, pois é através de seu conhecimento que são determinados o tamanho e a quantidade ideal das ferragens, sem sobrecarga fazendo com que sua obra fique mais barata e segura.
O engenheiro de instalações hidráulicas será responsável por especificar o local e o tamanho dos tubos e conexões que compõem a rede de água e esgoto, além do dimensionamento dos sistemas de aquecimento.
O engenheiro de instalações elétricas definirá a localização do quadro geral, o aterramento do sistema, os circuitos para as instalações elétricas e o diâmetro dos fios para que não haja sobrecarga e risco de curto-circuito ou até mesmo incêndio.
O paisagista cuidará da área externa, através de um projeto de "arquitetura de exteriores", que pode ou não incluir vegetação (sim, é possível fazer um belo paisagismo sem plantas). Este projeto será um complemento da arquitetura, e por isso, deve ser feito em conjunto com os outros projetos, e não ao fim da obra.



Dependendo do tamanho da obra, muitas pessoas optam pela não contratação de todos os profissionais, deixando a encargo somente do arquiteto - que deve ter um conhecimento básico de todos estes assuntos, mas não é um especialista em estruturas e instalações - ou a encargo da mão de obra, que resolve os problemas durante o andamento da obra, causando justamente o que todos querem evitar: atrasos, quebra-quebra e desperdício de materiais.
Portanto, fica a minha sugestão: contrate os profissionais corretos, exponha suas necessidades e seu orçamento e não tenha dores de cabeça e problemas no futuro.

Para textos mais abrangentes que tratam do mesmo assunto:
http://viverarquitetura.blogspot.com/2008/12/quando-contratar-um-arquiteto-e-quando.html
http://viverarquitetura.blogspot.com/2008/12/quando-contratar-um-arquiteto-e-quando_10.html
http://viverarquitetura.blogspot.com/2008/12/quando-contratar-um-arquiteto-e-quando_11.html
http://viverarquitetura.blogspot.com/2008/12/arquiteto-e-engenheiro-civil.html
http://viverarquitetura.blogspot.com/2009/01/construa-certo-1.html
http://viverarquitetura.blogspot.com/2009/02/construa-certo-2.html


No próximo post falarei sobre as etapas do projeto e o contrato entre o cliente e o profissional.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Planejar é preciso - A compra do terreno ideal

A construção de uma casa envolve diversas etapas, mas um bom resultado final depende das decisões anteriores ao início da construção propriamente dita. Inúmeros pontos devem ser analisados antes de cada passo para que a obra atenda às necessidades do cliente e se adeque a seu orçamento. Um destes pontos se refere à compra do terreno. Para a escolha acertada, você deve analisar alguns fatores, se possível juntamente com o profissional responsável pelo projeto, evitando assim, dores de cabeça e aumento no orçamento.




É imprescindível se certificar de que o terreno possui a escritura e o registro, e ainda, se as medidas constantes na escritura, representam a realidade (muitas vezes isso ocorre pelo fato de um vizinho não ter marcado a obra corretamente, ou ainda quando o antigo proprietário desmembrou uma parte do lote). Para isso, pode-se contratar um topógrafo que fará a medição do terreno e apresentará um documento com suas medidas reais, inclusive com a angulação entre a frente, as laterais e o fundo. Dessa forma, problemas como pagar por uma metragem quadrada maior que a real, ou o projeto, que tem que ser adequado às pressas às medidas menores do terreno, são facilmente evitados.
A topografia (inclinação do terreno) é outro item que merece ser analisado com cuidado. De forma básica, ela divide os terrenos em três categorias: em aclive (o nível da rua está em uma cota mais baixa que o fundo do terreno); em declive (o nível da rua está em uma cota mais alta que o fundo do terreno) e o plano (o desnível entre a frente o fundo é mínimo).
De maneira geral, o terreno plano requer menos investimento, pois a movimentação de terra para a construção será mínima. Já para os terrenos em aclive ou declive temos duas opções: um projeto que se adapte a essa inclinação, através da criação de ambientes patamarizados, ou ainda a execução de arrimos e grandes movimentações de terra que nivelam o terreno (mas que custam muito) para que um "projeto padrão" possa ser implantado no local.
Nestes casos, se a idéia de ter uma pequena escada entre os espaços não lhe agrada, talvez seja melhor procurar por outro terreno, pois os custos para aterro ou corte para deixar o terreno plano podem extrapolar seu orçamento.






Caso seu terreno seja em desnível, não se esqueça de verificar se o loteamento possui a "Lei de Servidão". Neste caso, acordos entre vizinhos deverão ser feitos com relação à passagem da rede de esgoto da residência do terreno em declive, pelo terreno em aclive, o chamado “corredor de servidão” e onde não será permitida a construção.
O tipo de solo também deve ser analisado por um profissional, através da realização de uma sondagem, para identificar o tipo de fundação mais adequado ao local, e o quanto isso será representativo no orçamento total da obra.
Também é importante atentar para o movimento do sol no local, pois isso pode entrar em conflito com alguns desejos dos clientes, como por exemplo, a presença de uma grande parede de vidro na sala, mas que ficará voltada para o sol da tarde, ou ainda a piscina localizada próxima do jardim, mas que não receberá sol por conta da sombra de construções próximas.
Conhecer a legislação municipal também é necessário, pois é a Lei de Uso e Ocupação do Solo de cada município que definirá itens como os recuos a serem utilizados, o número de pavimentos permitidos, a taxa de ocupação, a taxa de solo natural, etc., que podem não se adequar aos desejos e às necessidades do cliente.
Verificar se o terreno é servido pela rede de água e esgoto pode evitar gastos não previstos, como a perfuração de um poço ou a construção de uma fossa séptica.
"Detalhes" como a presença de uma árvore, poste ou boca de lobo na frente do terreno muitas vezes passam despercebidos e só reparamos neles quando um ficou bem no meio da entrada da garagem. Preste atenção!
No que se refere à documentação, os cuidados também são muitos e vão desde a verificação da existência ou não de dívidas sobre o imóvel até a certificação de que o vendedor possui o direito de efetuar o negócio. Para isso, deve-se solicitar uma Certidão de Registro junto ao Cartório de Registro de Imóveis da região, que informará todo o histórico de transações do terreno, inclusive sua situação atual. Outros documentos como as Certidões Negativas de Débitos junto ao INSS e à Prefeitura comprovam que não existem débitos de IPTU ou multas por desobediências às leis municipais.

Informações checadas? Boa compra!
Fonte: Revista Construção do começo ao fim.